Admirável crente novo

Os líderes evangélicos esquivaram-se propositalmente da responsabilidade de conduzir o povo à verdade pela Palavra de Deus, e por decisão própria resolveram se aproveitar da situação que lhes é favorável invertendo a natureza do evangelho libertador que Cristo revelou, por uma mensagem alienadorora das massas com um intuito de alcançar o bem estar sócio-econômico oferecido por Satanás a Jesus no deserto. Tendo Jesus recusado os reinos e as facilidades deste mundo nossos nobres líderes evangélicos não se fizeram de rogados e aceitaram com voracidade e habilidade os prazeres desta terra.
Mas o que dizer do rebanho? A bíblia os compara as ovelhas que são levadas ao matadouro sem oferecer resistência, e que nos últimos dias viriam a ser apascentadas por falsos pastores.
Parece que os nobres pastores supracitados se adaptaram bem ao romance de ficção científica de Alous Huxley “Admirável Mundo Novo”, escrito em 1932, que segundo Maiko Cesar Menassa descreve uma sociedade hipotética do futuro onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com as leis e ordens sociais sem possibilidade de contestação e senso crítico. Qualquer dúvida de algum habitante é dissipada com o uso de uma droga, sem efeitos colaterais chamada “soma”. Essa droga surge como a representação dos instrumentos alienatórios da nossa sociedade, entre eles podemos citar os meios de comunicação de massa como a mídia evangélica, hoje tão bem utilizada. Não há espaço para o questionamento, pois a “droga” elimina todas as dúvidas e continua a direcionar, é claro, de acordo com a ordem dominante. É um mundo “admirável”, pois se apresenta como modelo exemplar de perfeição e ordem, contudo esconde as desigualdades, hipocrisia, pecado e mazelas sociais existentes nestes nichos nominais.
A “droga” são as várias heresias que têm sido implantadas arbitrária e ardilosamente que recheiam as mentes incautas dos ouvintes tornando-os uma massa alienada sob a pena de serem exiladas ou exterminadas caso venham a questionar.
Esses líderes fundamentam sua liderança por uma análise marxista do seu rebanho tratando-o como uma “massa”, indicador do anonimato, do tratamento não individual, essencialmente coletivo, não valorizando as necessidades humanas básicas de cada indivíduo (membro), olhando-os pela ótica capitalista do lucro, da produtividade, inversamente ao tratamento que Jesus dava as multidões que o seguiam, sempre vendo o homem de uma maneira integral buscando atendê-lo nas suas necessidades profundas e precípuas.
Também aderiram à tática romana que oferecia ao povo “pão e circo”, os mesmos tem oferecido ao rebanho um alimento contaminado e um entretenimento de péssima qualidade, utilizando os púlpitos das igrejas como palco para ufanias mirabolantes e apresentações de uma verdade espiritual desconexa com a realidade que conduz a platéia a sonhar com um padrão de vida inatingível, levando a uma condição de alienação e entorpecimento fazendo o povo “contemplar essa vida numa cela”. Essa prisão nada mais é do que a ignorância, o assujeitamento, o conformismo que impossibilitam a visão crítica e transformadora do evangelho de Cristo, preso ao sistema e dirigido por vontades alheias, exatamente como o rebanho no curral.
Podemos retratar esta temática através de uma obra de arte muito bem representada pela música de Zé Ramalho intitulada  "Admirável gado novo".  Segue o link.

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