EMPRESÁRIOS DA FÉ

A pós-modernidade traz consigo um conjunto de filosofias, crenças, culturas e formas de agir que evocam para a si a verdade.
A sociedade deste século segue seu caminho em busca da satisfação física, emocional, social e espiritual, numa corrida em busca do pote de ouro que é encontrado no fim do arco-íris. Para que a disputa seja mais acirrada e a corrida tenha velocidade máxima surgem os gurus dos séculos: religiosos, economistas, políticos, especialistas em propaganda e marketing com suas fórmulas mágicas e estratégias de competitividade, estes têm a precípua missão de orientar as massas para satisfação completa.
Este arquétipo da vida atual se retratado em tela, resultaria em uma mescla de cores, rabiscos e por vezes, algumas sombras pinceladas ao fundo. Entretanto, o que gera profundo pesar diante desta realidade é a posição da igreja de Cristo, que deveria alçar sua voz e proclamar o evangelho genuíno, que tem poder libertador, ao contrário, tem aderido ao sistema mundano e usado os púlpitos para fermentar ainda mais o desejo dos fiéis para que entrem pelo caminho largo.
Os heróis da fé foram substituídos pelos empresários da fé, que ao contrário do apóstolo Paulo quando em sua carta aos corintos não usou de artifícios humanos, entretanto, buscou demonstrar o Espírito e o poder de Deus, fundamentando assim a excelência do seu ministério na unção do Espírito, pois, a sua preocupação era agradar a Deus e não aos homens.
Os heróis da fé partilhavam do mesmo espírito, não viviam na superficialidade, contudo, verbalizavam a Palavra de Deus de forma clara e contundente estabelecendo assim o Reino de Deus na terra, deste modo, a insatisfação eterna do ser humano era substituída pelo gozo do serviço ao Senhor: receber do Pai e distribuir aos homens (comunhão).
Os empresários da fé seguem na contramão da rodovia bíblica, tentando satisfazer as massas pregam sofismas que só massageiam o ego dos “fiéis”, que estão em busca dos prazeres terrenos.  Templos faraônicos lotados, pentecostalismo exarcebado, prosperidade veiculada como demonstração de espiritualidade, altos dividendos, ascensão eclesiástica, esta é a imagem da empresa de excelência que tem como produto top de linha o “evangelho”.
Com todo este movimento no mercado da fé, parece que o produto oferecido não é original, talvez no mínimo seja um similar, pois a sociedade mantém-se em sua maioria corrupta, egocêntrica, hedonista, obstinada, orgulhosa, cruel, caluniadora, mais amante dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia da mesma.

Miss. Tânia Pinheiro
Graduada em teologia pelo EPOE
Graduando em Enfermagem pelo Centro Universitário Nilton Lins
Atuando como missionária em Manaus em capelania carcerária

Comentários

  1. Amiga e irmã em Cristo este é o retrato da Igreja atual, penso que necessitamos nos arrepender com "panos de saco e cinzas", do contrário estaremos como as virgens imprudentes quando soar a trombeta do arrebatamento. Isso é muito sério!

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